A Diálogos, nas pessoas de suas idealizadoras e de todos os seus colaboradores, desejam externar seus sentimentos de admiração e gratidão a todas vocês, educadoras e educadores. 

Especialmente neste momento tão sensível, de recolhimento social, mas especialmente de afastamento escolar, que nos impede de entregar às nossas crianças o que nos é mais caro: a presença, o toque do abraço, a proximidade.

Ainda que estejamos todos empenhados na entrega máximo, daquilo que é possível de forma remota, e da possibilidade antes tão rara de aperfeiçoamento e atualização em nossas formações, que nos foram possibilitadas pelo uso das plataformas, fato é que as crianças estão distantes. Distantes de nós, distantes de seus pares.

Mas esta carta é um registro sincero de nossa, já mencionadas, admiração e gratidão pelo redobrado esforço não só da entrega dos conteúdos, mas do legítimo interesse na manutenção das relações.

Para nós da Diálogos, a constatação deste movimento é, também, motivo de muito orgulho. Tanto porque acreditamos na força da educação, como porque apostamos que ela é imprescindível na construção de uma sociedade melhor.

Cada rosto desvelado em cada janela aberta em nossos encontros, nos dão a certeza de que estamos no caminho certo. Cada computador conectado conosco, em qualquer lugar do nosso imenso Brasil, e já tantos de outros países, carrega consigo a extensão do abraço acolhedor que desejamos entregar a todas vocês. 

Recebam, pois, nosso carinho em forma de carta. E saibam, cada uma de vocês, que são a força motriz de nossas ações e escolhas diárias. 

Entregamos a vocês, uma adaptação de um texto escrito por um de nossos colaboradores, há mais de dois anos, e que espelha ainda hoje, nossos sentimentos: 

“Hoje, por força do trabalho, assisti parcialmente uma palestra para professoras. Mulheres, mães, filhas, possivelmente alguma avó, umas novas, outras mais maduras. Iniciantes e veteranas, de escolas públicas e particulares, da Capital e do Interior. Sotaques, vestes e modelos dos mais diversos.

Mas foi muito interessante observar um elo comum a todas, e que as faz próximas e uníssonas: crescer em favor da educação.

Cada tema proposto, cada fala e cada exposição de experiências me fez curvar em respeito a essas heroínas. E não é por pouco. Essas valorosas mulheres se reúnem para, em resumo, fazerem da escola um lugar onde as crianças desejem estar.

Quem sabe os pais (onde me incluo) devessem fazer o mesmo. Fazer da paternidade uma profissão de fé, onde nos posicionemos em favor de nossos filhos, com sabedoria e estudo.

A criança é um ser muito complexo, e as professoras já sabem disso, porque se preparam e estudam.

Quem sabe pais e mães, um dia, cheguem a conclusão que cheguei hoje: as professoras levam nossos filhos a sério, com o uso da ciência e muita dedicação, e seria proveitoso se nós, os pais, não nos posicionássemos apenas como produtores de crianças, mas conhecêssemos minimamente suas potências, suas aptidões e suas habilidades, para, ao invés de cobrar das educadoras a partir de nossas ignorâncias, nos elevemos à sabedoria delas, para ajudá-las.” (Eduardo J. Ferreira)