Um pequeno passeio pela casa

Era uma vez uma pequena vila de casinhas antigas e charmosas. Ali, durante muitos anos, houve um grande entra e sai. Educadores e educadoras de todas as partes do Brasil e do mundo pisaram neste chão que acolheu tantos sonhos, desejos e inquietudes.

Às vezes elas passavam de uma em uma, à vezes aos grupos, e se podiam escutar seus passos quando pisavam as miúdas e ressacadas folhas da pitangueira que se posicionava meio encurvada no meio fio. Era como se soubesse o que acontecia naquela última casa, e por isso se dobrava em reverência às professoras. 

Lá, no fundo da vila, um enorme e pesado portão de ferro denotava a preocupação com a segurança. É possível que ele tivesse sido construído assim tão robusto para atender as demandas das grandes cidades. É justo. Mas mal sabia ele que a maior parte do tempo ele estaria aberto. 

Por este portão passaram os maiores nomes da educação. A primeira delas foi Eloisa Ponzio, em janeiro de 2017, e a lista só fez crescer: Cleide Terzi, Adriana Friedmman, Diana Tubenchlak, Teca Antunes, Paulo Fochi, Stela Barbieri, Renata Meireles, Raissa Cintra, Gabriela Romeu, Leila Monteiro, Denise Tonello, Joe Garcia, Denise Tonello, Gandhy Piorski, Ana Carol Thomé, Rayssa Oliveira, Marcelo Cunha Bueno, e tantos outros. 

Nomes internacionais como José Pacheco (Portugal), Marina Mori e Federica Castrico (Reggio Emilia), Francesco Mondolini e Erica Moretti (Itália), Myrtha Chokler e Maria Victoria Alfieri (Argentina) também estiveram por lá. 

Logo após o portão, quem entrava se deparava com uma linda e perfumada árvore. Nossa goiabeira sempre esteve pronta a oferecer sua sombra e frescor, e quando segurou as cordas de nossas redes, nos deu colo a todos. 

No auditório, de onde se podia ver a goiabeira, e que se misturava geograficamente com a cozinha, tantos estudos, conversas, debates, aprendizados e compartilhamentos dos saberes aconteceram. Sempre regados por aquele aroma acolhedor de café fresquinho e bolo. Bolo de maçã, nosso preferido. 

Muitos livros foram lançados neste lugar. Nomes consagrados como Severino Antônio e Katia Tavares, Maria Alice Proença, Fábio Monteiro, André Neves e Leila Oliveira, e mais nomes queridos que compõem a história da Diálogos. 

Cada degrau da escada que leva ao piso superior ganhou uma palavra significativa de nossa história: “Parceria, Entusiasmo, Possibilidades, Diálogos, Expansão, Conquista, Consolidação, Crescimento, Embalados, Múltiplos, Transformação, Celebrar, Territórios e Referências”.

Lá em cima ficava nossa livraria, espaço muito querido também. Cada título que ali estava era fruto de uma escolha muito criteriosa de nossa curadoria. Temas e autores relevantes, literatura, arte e formação de professores.     

Ao lado da livraria, ainda no andar superior, estava o coração de nossa empresa. A nossa casa das máquinas, de onde nossos colaboradores conduziam com muita maestria todas as engrenagens que compõem nossa Casa.

O que não muda?

Sabe quando você se depara com algo muito surpreendente e puxa alguém pelo braço dizendo: 

“…você precisa ver isso…!!!” 

A Diálogos nasceu com este espírito desejoso de compartilhar saberes. Tanto nas viagens pedagógicas que promovemos, nas ações de formação que organizamos e em cada envelope entregue aos mais de 2000 assinantes/mês de nosso clube de assinatura para formação professores estamos dizendo a vocês:

“… você precisa ver isto…”

“…você precisa ouvir isto…”

“…você precisa ler isto…”

Nosso desejo de crescermos juntos em favor de uma educação melhor, com respeito à criança e melhor aproveitamento de suas potências, de melhor preparo e valorização dos profissionais da educação, tendo como consequência um mundo melhor e mais justo, isso não muda.

Sempre acreditamos na força de nossos professores, na importância das relações, na pluralidade de ideias, no compartilhamento. Esse norte que sempre nos guiou segue orientando nossa embarcação. Isso não muda.

Mais de uma dezena de vezes ouvimos das educadoras, ao caminharem na vila já em direção à saída que, mais do que apenas conhecimento, elas saem dali com o coração repleto de “esperança”. Esperança nas infâncias que conduzimos, esperança na educação, esperança em dias melhores… esperança…

O que muda?

Apenas nosso endereço mudou. Seguimos segurando quem amamos pelo braço para dizer: “você precisa ver isto…”. Nossa porta segue aberta para receber a quem desejar entrar em busca de compartilhar saberes, nossa cozinha estará sempre à postos para o café com bolo que vai acompanhar nossas conversas. Só o endereço mudou.

A velha goiabeira não estará aqui, mas vamos seguir dando colo e frescor aos sonhos de tantos educadores e educadoras que desejam se alimentar de conhecimento e esperança. Aquela esperança num mundo melhor, que sempre há de nos acompanhar.

E assim conspirou o universo, mantendo a esperança em nosso caminho. Nosso novo endereço é: Rua Boa Esperança, nº 106. Aqui seguiremos de mãos dadas e unidas em favor de uma educação melhor para todos.

Venha nos visitar…