Para conhecer o melhor do mundo

Você se lembra da última vez que desejou fazer aquela viagem para conhecer e experimentar os melhores pratos da culinária local? Ou observar e aprender sobre os costumes e a cultura de povos distantes, de onde se podem tirar conhecimento e aprendizagem?

Pois saiba que desde sempre a humanidade fez da exploração de novos horizontes uma espécie de “way ofl ife”. Existe muita vida a ser vivida em outros lugares, que de alguma forma nos deslocam para muito além da simples geografia.

Vale lembrar as tão famosas excursões que sempre organizamos para nossas crianças e adolescentes que se unem para esta experiência ímpar de estar entre seus pares e desfrutar tudo o que uma viagem desta natureza pode oferecer.

E o que exatamente os atrai? Será o fato de sair da rotina e entregar-se à uma vivência extraordinária? Ou o interesse pelas atrações que os esperam nos locais de destino? Quem sabe o fato de sentir o sabor da independência e da liberdade? Ou mesmo o fato de, quem sabe, se depararem com o inusitado, o inesperado, o desconhecido e todo o mistério que as novidades carregam?

Muito possivelmente existam outras motivações que não foram aqui elencadas, mas a certeza que temos é a de que todas elas compõem, cada uma com sua cota peculiar e variando de pessoa para pessoa, o conjunto de interesses que nos levam a buscar pelas viagens.  

O que o mundo tem a oferecer para a educação?

Da mesma forma que o mundo tem muito a oferecer para a arte, para a culinária, para o entretenimento, para a história e a geografia e, portanto, para a cultura e o conhecimento de forma geral, assim também é para o nosso mundo da educação.

Pense nisto: quando alguém defende a ideia de que para conhecer o melhor da culinária nosso destino precisa ser obrigatoriamente a França, ou para ver o melhor da construção civil dos povos antigos nosso destino deve ser o Egito, estaremos fazendo muito restrita nossa escolha.

Para o melhor da culinária, para o melhor das edificações de nossos ancestrais, o melhor é a variedade que o mundo nos entrega. Caso contrário, perderemos de conhecer a tão saborosa comida Tailandesa e as incríveis construções dos povos Incas, no Peru.

O melhor que podemos reunir em torno de nosso conhecimento pode (e deve) passar pela união de todos os melhores que pudermos agregar. Quando se diz que “juntos somos melhores”, ou a nossa preferida frase: “É junto dos bão que a gente fica mió”, buscando inspiração em Guimarães Rosa, é exatamente isso que defendemos. Quando somos plurais, somos melhores.

No universo da educação não é diferente. Assim como um “croissant” fica muito mais saboroso se degustado aos pés da Torre Eiffel, nenhuma experiência sobre a abordagem da cidade de Reggio Emilia terá o mesmo sabor se não degustada no chão de suas escolas, ao som das vozes das crianças italianas. 

Conheça a força da imersão de uma viagem pedagógica

Dentro desta premissa, nenhuma foto fará justiça à grandiosidade das pirâmides do Egito, e nenhuma emoção será tão profunda quanto estar em Jerusalém, ou ao percorrer o caminho de Santiago de Compostela, ou qualquer outro que lhe seja espiritualmente agradável.

Sempre defendemos que o aprendizado mais robusto deve passar pelas experiências sensoriais, pelas vivências únicas que os espaços podem possibilitar, desde o ar que se respira, até o convívio com os saberes locais a estimular nossos sentidos todos.

Quando nos deparamos com a imersão integral que uma viagem pedagógica nos oferece, não apenas nossa memória será marcada para sempre. Há uma transformação conceitual que nos altera os eixos, que nos abre os olhos, que nos estimula e instiga a novas reflexões e tanto nos transforma como educadores como é capaz de chegar às nossas crianças e jovens de forma muito, muito positiva.

E se não é este desejo que nos move aos estudos, às formações, à constante busca pelas melhores práticas e abordagens, então não fará mesmo sentido. O sucesso e a realização profissional dos educadores passam necessariamente pelo desejo de uma educação e de um mundo melhores. Do contrário, estaremos apenas aguardando nossas aposentadorias.

Quanto custa uma viagem pedagógica?

O mais correto seria perguntar “quanto vale uma viagem pedagógica”. O custo está muito mais ligado ao preço das coisas, e muito menos ao seu real valor. Especialmente quando temos em mente que uma viagem pedagógica não é um passeio simplesmente (ainda que eles também sejam ótimos).

O que concluímos é que as viagens pedagógicas são um investimento, não necessariamente uma compra de objeto. É como trocar os móveis tradicionais de nossas escolas por aqueles projetados para melhor aproveitamento das infâncias. Investir em qualidade é o que importa.

Sendo assim, é bom que se diga que os valores a serem investidos, obviamente, precisam estar alinhados às possibilidades de cada um de nós, e isso não pode ser desprezado. Mas fato é que existem opções para todos os gostos e todos os bolsos.

Desde as mais longínquas experiências como as que se podem obter nas escolas da Finlândia ou na Itália (especialmente Reggio Emilia), como as imersões em escolas inovadoras no Brasil, existe uma infinidade provocações a nossa espera.

Muito mais do que poder comprar suas passagens aéreas, o primeiro passo é promover a “passagem” que o levará ao lugar onde habitam os educadores atentos e abertos, porque experimentados e transformados.

Que o amor pela educação seja nosso “croissant” de cada dia, para que cada experiência se torne nossa “Torre Eiffel”. 

Deseje… e boa viagem!!