Nota: este artigo foi publicado em 2004.
A Escola da Ponte representa pra mim o resultado da força e perseverança de um grande educador, José Pacheco, aliado a muitos outros grandes educadores que o ajudaram a construí-la.
Muitos de nós temos desejado e até iniciado a mudança no processo ensino-aprendizagem, mas de certa maneira não conseguimos “desorganizar integralmente” o que nos é apresentado como organização educacional com a “ousadia” e a coragem do professor Pacheco.
A Escola da Ponte ultrapassou limites, “transgrediu” indo contra paradigmas que nos são dados como convencionais. Mudou! Inovou!
Oferece aos pais, aos educadores e aos alunos uma escola participativa, ética, real, vivenciada, construída dia a dia, mesmo diante de dificuldades.
O que pude ver e constatar com a visita que fiz é que ela é simples em seu espaço físico, mas complexa em seus desejos, em seu ideário.
Aberta!
Literalmente aberta para receber e apresentar o projeto, tanto que nos foi possível conhecê-la.
Embora a visita tenha proporcionado um conhecimento fragmentado de dias de aulas, foi-me possível constatar o que já havia lido em livros e reportagens.
Uma escola democrática na vivência, com objetivos compartilhados por quem os busca: pais, alunos e educadores.
Pude ver na Escola da Ponte
Alunos não agrupados por série ou segmento, mas apropriados da proposta, planejando o que queriam aprender, como iriam fazê-lo, estabelecendo tempo e prioridades. Ajudando uns aos outros, respeitando diferenças e aceitando quem um dia foi excluído.
Inclusão na prática! Alunos indo à busca dos conhecimentos, apresentando responsabilidade no cumprimento de seus objetivos, cidadania e cuidado com o espaço escolar.
Professores mediando o processo ensino-aprendizagem de seus alunos, trabalhando em equipe, monitorando, cobrando responsabilidades de acordo com os objetivos traçados pelos próprios alunos.
Firmes, mas afetivos.
Preocupados com os problemas da escola, mas esperançosos.
Estudiosos, comprometidos, integrados.
Reflexivos!
É fato: quando se oferece ao aluno uma escola em que se possa aprender significativamente, de acordo com seu ritmo e de forma harmoniosa, consegue-se ter, de um modelo como esse, um olhar positivo e mais vontade de mudar o contexto educacional.