O REGISTRO E A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Muito possivelmente seja o registro uma das formas mais basilares e eficazes que os seres humanos encontraram, ao longo de sua existência, para perpetuarem no tempo suas experiências e suas vivências.

Em todas as áreas de suas atuações, e a partir do desenvolvimento e evolução de nossa espécie, os registros passaram a ser produzidos e se confirmaram num elemento de extrema importância na compreensão desta mesma evolução.

Desta forma, o ato de registrar se confunde com a história humana, e nos possibilita um mapeamento histórico capaz de nos conduzir a reflexões profundas acerca de nossa própria existência.

O REGISTRO NO ÂMBITO DA ESCOLA

A partir da constatação da importância de conjugar o verbo registrar em seus diferentes tempos na história da humanidade, é possível estabelecer uma relação específica com a educação, em especial nos registros produzidos a partir das práticas cotidianas.

Quanto mais reflexivas sejam as ações do educador, maior é a amplitude de possibilidades que seus registros podem alcançar. Assim, o registro se torna um resgate de memória que possibilita novas reflexões sobre seu próprio repertório e sobre o impacto promovido nos educandos.

Ao registrar, o educador se apropria de sua força autoral, construindo suas narrativas nascidas das ações diárias, de suas intencionalidades e da efetivação de seus projetos. Desta forma, se mantém sob formação contínua, projetando suas ações no futuro a partir da construção e reflexão de suas próprias memórias.

O REGISTRO E A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para que seja possível a construção ou reconstrução de um educador reflexivo, a potente soma entre o registro e a documentação pedagógica, em sua complexidade e de forma o mais abrangente possível, se torna o pilar principal de sustentação do binômio aprender/ensinar.

De posse desse arsenal, é possível ao educador estabelecer com segurança suas próprias concepções de infância, de escola, refletir sobre o chão de sua escola e repensar o chão de suas escolhas. Permitir-se o crescimento profissional.

Ao depois, marcar-se como figura estimuladora da autoria da criança, na observação e aproveitamento de seus próprios interesses, formando também a construção coletiva de saberes a se constituírem como cultura.

A profundidade deste tema requer atenção contínua e a busca por aprofundamento constante. 

A leitura de experiências e reflexões, como as que apresentam a obra O REGISTRO E A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA, de Maria Alice Proença, é uma grandiosa oportunidade de aproximação e aprofundamento deste tema.

Alice Proença é doutora em educação e currículo pela PUC de São Paulo, mestre em didática e metodologia pela Faculdade de Educação da USP e graduada em História. Sua larga experiência na formação de professores da rede pública e privada, bem como suas atividades de coordenação, a credenciam como referência de leitura.

Este livro está no kit de formação de professores DIÁLOGOS EMBALADOS, e sua leitura é quase que obrigatória para os professores que tenham o desejo de se conhecer e reconhecer como reflexivos e ativos.

Não há outra forma de construir-se educador, se não pela observação de sua história, de suas concepções, de suas reflexões e sua auto crítica, e encontrar-se:

“entre o real e o ideal…. o possível”.