“Nossos dias são preciosos
mas com alegria os vemos passando
se no seu lugar encontramos
uma coisa mais preciosa crescendo:
uma planta rara e exótica,
deleite de um coração jardineiro,
uma criança que estamos ensinando,
um livro que estamos escrevendo.”
(Rubem Alves)

A vida do educador é conduzida a caminhos de constantes mudanças, e o que nos induz é a alegria de ensinar e “ser jardineiro”. Plantamos sementes em solos distintos e os frutos, com certeza, colheremos num futuro promissor.

Quando entramos naquele avião e já estávamos lá em cima avistando aquele céu maravilhoso e aquelas nuvens branquinhas, tantas coisas se passaram em minha cabeça… uma confusão de sentimentos: alegria, medo, entusiasmo. Tantas expectativas, um sentimento de liberdade!

Pensei em tudo o que poderia mover-nos a um lugar distante como Buenos Aires, deixar nossas famílias, as tantas dificuldades… Todas essas barreiras foram vencidas em prol a um objetivo: estudar, conhecer, confirmar, reafirmar, modificar o que sabemos e aprendemos o que podemos fazer melhor.

Quando desembarcamos, deu-se início uma série de proezas, que teremos sempre gravadas em nossas mentes e em nossos corações. Momentos únicos, vividos por um grupo, que talvez nem as câmeras digitais pudessem registrar com tamanha veracidade e nitidez e que agora ficarão guardados na lembrança…

Tantas inquietações e nossos semblantes demonstravam a alegria de estarmos juntas, na maior parte do tempo. Uma cuidava da outra, havia essa preocupação constantemente, independentemente da equipe de que fazia parte.

O intercâmbio com outros educadores foi bem produtivo, a visita às escolas também e acredito que não estejamos longe do que acreditamos. É importante acreditar! É importante valorizar o que fazemos e, mesmo assim, sentimo-nos incomodados, pois é isso que nos move. Senti o quanto é necessário ser flexível e reconhecer a relevância de ser audacioso, de não ter medo de errar. Não há tantos segredos, é simples e complexo ao mesmo tempo, porque a mudança envolve muita gente, toda a comunidade escolar. É preciso, sim, modificar algumas rotas, estudar mais, preocupar-se com a formação constante de cada educador, que é a base de toda escola, e que faz toda a diferença.

Podemos fazer a diferença! Temos esse poder!

Durante o período em que estávamos lá, solidificamos algumas amizades, conhecemos uma a outra além do convívio rotineiro do colégio. Em especial, isso foi muito importante para mim…”olhar com olhos diferentes” a equipe com a qual estou e trabalho todos os dias. Também penso que, dessa maneira, estamos escrevendo a nossa história…um capítulo de um livro, quem sabe…afinal essa viagem foi apenas uma de muitas que ainda faremos juntas, não é?

Beijos carinhosos,

Edilaine Balbino*

* Texto originalmente escrito em julho de 2009