Hoje na Casa Diálogos experimentamos o Território Escola. O lugar onde educadores das mais diferentes realidades e localidades se unem para dividir saberes entre si.

Onde decidem abrir as portas de suas pequenas salas interiores e tiram das mãos as marcas de giz, para pisarem descalços no chão do aprendizado. Para se pensarem crianças e enxergarem sob o prisma delas.

Onde trocam de lugares e de falas, rompendo suas próprias fronteiras para conquistarem novos territórios. Em cada um deles individualmente e em todos somados, saberes, muitos saberes.

Num deles a importância da escuta, que ultrapassa a fronteira da simples captação do som, para aprofundar-se nas demandas da criança como ser humano e suas complexidades. Para compreender a fala que vem de todos os outros sentidos. Do grito de dor aos braços abertos ao abraço, da lágrima ao olhar sereno. Todos os sinais devem ser ouvidos. Aprender a reconhecer todos esses sons silenciosos da criança, e reconhecê-los dentro de si mesma para, dando a escuta, ter afeto, disposição e conhecimento para transformar a escuta em vínculo.

Noutro, as marcas do espaço. O quanto há de força no chão de escola, o território em sua concepção mais pura. O que esse espaço precisa conter para que as crianças sejam contidas por seu próprio prazer. Contenção voluntária que surge no interesse por estar ali, conviver e protagonizar sua história num espaço onde objetos estejam dispostos de forma tanto pensada quanto casual. Onde o olhar da criança não seja limitado às suas paredes, mas que transcenda e a transporte ao mundo onde ela deseja estar.

E mais um, onde o imaginário entrelaça espaço, escuta e sonho. A relação que se instala entre a criança e seu brinquedo, que se constrói inicialmente em sua fantasia. Território onde se viabiliza o laço que há de existir entre a imaginação e a execução. Disponibilizar a ela, nesse espaço, elementos para construir o elo entre seu objeto de desejo e os materiais a ela disponíveis. Facilitar seu sonho e vivê-lo com ela.

Territórios que são conquistados não com a invasão, mas com a entrega. Porque ao rompermos as nossas fronteiras e nos abrirmos ao outro, nos permitimos ampliar nosso espaço em favor de todos.

          Elizabeth Muniz 

           Queli Arantes 

          Débora Zoia

          Sigamos juntos.