Conviver com a natureza é uma arte, e compreendê-la é para poucos. Seja você adepto da teoria da criação ou da evolução, uma coisa é absolutamente certa: você pode não saber lidar com a natureza, pode não saber de suas minúcias, mas ela sabe sobre você e a vida toma os caminhos que ela decidir. Impreterivelmente.

De forma quase organizada e cíclica, de tempos em tempos somos confrontados com a força da natureza como se nos notificasse de que, ressalvado nosso livre arbítrio e nossas escolhas pessoas, a natureza há de nos dar sua autorização.

Quem conhece a casa Diálogos também conhece nossa linda goiabeira. Ela é uma pequena representante da força natural do universo, que acolhemos em nosso quintal com muito carinho e respeito. Ela nos oferta sua sombra, convida os pássaros do bairro a se deliciarem com seus frutos, alguns deles ali fazem sua morada. Debaixo dela, nosso lindo moinho de vento (presente de André Gravatá) também se move ao sabor do vento. Um convívio que exemplifica a relação entre o homem e a natureza.

No sábado pela manhã, um de seus frutos (já maduro e degustado pelos pássaros visitantes), optou por cancelar o movimento do boneco de nosso moinho. Com sua pontaria certeira, a goiaba se encaixou com a perfeição de um chapéu.

Nesses tempos de aflição com as notícias sobre essa virose (que vou poupar a todos de ler o nome), vamos entender que somos parte de um todo. Nosso planeta faz movimentos involuntários sob os quais não exercemos nenhuma ingerência. Vamos abrandar nossos corações e caso aconteça, paremos um pouquinho nosso moinho. Com os cuidados que nos forem possíveis, sigamos a viver, a conviver e a amar. Que nosso coração esteja aberto sempre ao inesperado, ao confronto e, se necessário, à pausa.

Essa goiaba vai passar…