Qual é seu bichinho de estimação? Como ele se chama?

Domesticar animais é uma prática muito antiga. Inicialmente para auxiliar nos trabalhos mais pesados como transportes de carga e de pessoas, tração de ferramentas como moinhos, a importância dos animais se limitava a esse tipo de afazeres. Em geral, animais de grande porte.

Com o passar do tempo, os cães foram introduzidos em nossos quintais a partir de necessidades diferentes: segurança. Mas de verdade, estas informações fazem parte de um passado muito distante.

A iniciar pela expressão “animal de estimação”, que já está absolutamente equivocada. Em que pese o fato de “estima” ser um sentimento de apreço, o que sentimos por nossos “pets” está em nível muitíssimo mais elevado. Estamos a falar de amor efetivamente, e de amor recíproco. Vivemos num mundo de tanta superficialidade, de relacionamentos tão fugazes, com nosso tempo de entrega ao amor tão reduzidos, que os animais acabaram por fazer parte de nossos cotidianos, de nossos planos e de nossas vidas. Nossas viagens são organizadas de forma a atender nossos bichinhos em acolhida e conforto. Nossas casas trazem suas marcas, seus brinquedos, seus “cantinhos”. Nossas compras mensais incluem sua ração, seus petiscos favoritos.

Ainda existem aqueles mais “fashionistas” que adotam os acessórios mais requintados, acompanhando as tendências da moda: coleirinhas com “Svarovski”, lantejoulas, brilhos, cores… Perfumes com as mais sofisticadas fragrâncias. Muitos deles dormem em nossas camas, tomam banho em nossas banheiras e eventualmente dividem conosco nossa comida. Há quem diga que pode haver exagero nessas condutas, mas não vamos tratar disso. 

O que vale agora é registrar a importância desses seres tão iluminados. Não importam suas raças, suas cores, de onde vieram, nem ao menos quanto custaram ou se custaram. O preço de nossos “pets” está especialmente ligado ao valor sentimental que representam para nós. Acordar pela manhã com a lambida tão amorosa de um cão ou gato desencadeia uma sensação de bem-estar quase que indescritível. E não é por pouco. Quando nos sentimos amados somos impulsionados a viver. 

E não é só. A relação de interdependência que eles têm conosco forma um laço de “adoção”. Eles passam a ser nossos filhos, e não é difícil encontrar quem os chame exatamente assim… “filhovamos…”. Então observe a profundidade da relação que se estabelece com seus animais. Eles são companhia, afeto, escuta, presença. Eles ultrapassam a barreira da “estima” para nos auxiliar na “autoestima”. Num momento somos adotantes, noutro somos adotados, e a partir daí, as importâncias e necessidades são recíprocas.

Feliz de quem tem a oportunidade de compartilhar sua vida com um animal. Que nossas roupas recebam sempre as impressões de suas patas a nos abraçar no reencontro, que sigam nos acordando com seus beijos molhados, que estejam sempre à espreita durante nossas refeições à espera de uma guloseima escondida. E ainda que, às vezes, nossos sofás estejam repletos de seus pelos, que nossas cadeiras tenham seus pés roídos ou riscados por suas unhas, ou eventualmente uma mordida ou arranhão nos atinja, por dor ou medo, valerá cada minuto. 

As aventuras e alegrias que vivemos ao lado de nossos filhos “pets” jamais saem de dentro de nós. Quem não tem uma história boa de se ouvir sobre isso? Quem não tem saudades do velho amigo que já se foi? Seus nomes e hábitos? 

Conte-nos algo sobre isso. Seja de sua experiência atual, ou abra a gaveta de sua memória e nos fale sobre seu primeiro amor animal, ou o atual. E perceba que eles também ultrapassam a linha do tempo, e suas pegadas em nós não podem ser mais removidas.